
Quarta-feira, 27 de Junho de 2007
O Blues de Perné - Edson Wander (Jornal O Popular - 27 de junho de 2007 )
Cantora e compositora goiana, Cristiane Perné lança primeiro CD investindo no swing da música popular brasileiraA cantora e compositora Cristiane Perné solta sua porção black fusion em seu primeiro CD, Onde. Produzido com apoio da Lei de Incentivo da Prefeitura de Goiânia, o disco de dez faixas bota a música brasileira para suingar num caldeirão de ritmos. Até Caetano Veloso entrou no balanço, tendo completamente transformada sua Esse Cara, quase uma canção de ninar, que virou uma suingueira à moda de Elza Soares. Produzido pelo baixista Nonato Mendes, o disco traz participações de ótimos músicos da capital e do pianista Tiago Costa, o mesmo de Maria Rita.Cristiane Perné é artista com mais de 20 anos de carreira na cena da música popular feita em Goiás. De bar em bar, mostra seu trabalho entre a releitura de cânones da MPB e músicas próprias em companhia de músicos que foram reunidos para o CD. O repertório pega diferentes linguagens do balanço na música popular brasileira, mas tudo colocado em diálogo com o blues, o jazz, rap e até de disco music. “Acho que o disco caminha pelo fusion, gosto mesmo é de um balanço, mas tem de tudo um pouco”, diz Cristiane, ao comentar o arco sonoro do CD, mirando em especial o inusitado dueto com o rapper MC Lethal em Vou Me Vestir de Flores Pra Você.“Por isso o nome do disco é Onde, que é para deixar livre os caminhos da interpretação de quem ouve, sem compromissos com este ou aquele gênero. E também para facilitar na hora de divulgar o show. Depois de Onde é só colocar o endereço”, brinca Perné. Das dez músicas, Cristiane incluiu três de uma parceria antiga com o guitarrista Emídio Queiroz, resgatando uma porção cancioneira pouco conhecida do instrumentista mais afeito à guitarra distorcida (leia abaixo sobre o novo disco que ele está lançando).Ela explica que as músicas são de uma fase em que eles experimentavam as primeiras gravações de um curso realizado na Rádio Universitária (UFG). Com ela e Queiroz estava o percussionista Sérgio Pato e desse encontro resultou uma demo de oito músicas.Prova de fogoO disco demorou quase três anos para ser finalizado, e Cristiane diz que teve uma prova de fogo com a regravação black da música de Caetano Veloso. “A editora só liberou a gravação exigindo que fizéssemos uma tiragem mínima de 2 mil cópias, o dobro do normal. Isso complicou o processo, teve gente que até sugeriu que eu desistisse da gravação, mas sou taurina, não desisto fácil”, diz Cristiane sobre a música Esse Cara, que acabou mantida com a dobra da tiragem.O Cê, sétima faixa do disco, também remeteria a Caetano Veloso, por Cê, título do último CD do baiano, mas Cristiane diz que não há relação. Trata-se de uma música (uma salsa) que se refere a Célia Cruz, a dama cubana morta em 2003. “Sonhei com ela e escrevi essa música”, explica ela a composição, toda construída em monossílabos iniciados em c.Como em sua criação, Cristiane Perné é cantora instintiva. Vai guiando-se entre o médio-grave e o agudo de acordo com o que pede cada canção. Nem tudo funciona a contento (principalmente quando precisa subir o tom – como no blues Licor), mas o resultado geral soa interessante. A parceria com um arranjador talentoso e uma penca de músicos idem ajudou bem na costura final de uma obra que ela domina bem.Nonato Mendes deu um molho de gafieira às melhores músicas do disco e juntou alguns dos melhores músicos da cidade (Fred Valle, Can Kanbay, André Mols, Pato) nas gravações. Perné já vem mostrando o disco em pequenas apresentações pela cidade, mas programa algo maior, “oficial”, para marcar o lançamento.
DISCO:¤ Onde
¤ Artista: Cristiane Perné
¤ Gravadora: independente
¤ Preço médio: R$ 20,00
O Blues de Perné - Edson Wander (Jornal O Popular - 27 de junho de 2007 )
Cantora e compositora goiana, Cristiane Perné lança primeiro CD investindo no swing da música popular brasileiraA cantora e compositora Cristiane Perné solta sua porção black fusion em seu primeiro CD, Onde. Produzido com apoio da Lei de Incentivo da Prefeitura de Goiânia, o disco de dez faixas bota a música brasileira para suingar num caldeirão de ritmos. Até Caetano Veloso entrou no balanço, tendo completamente transformada sua Esse Cara, quase uma canção de ninar, que virou uma suingueira à moda de Elza Soares. Produzido pelo baixista Nonato Mendes, o disco traz participações de ótimos músicos da capital e do pianista Tiago Costa, o mesmo de Maria Rita.Cristiane Perné é artista com mais de 20 anos de carreira na cena da música popular feita em Goiás. De bar em bar, mostra seu trabalho entre a releitura de cânones da MPB e músicas próprias em companhia de músicos que foram reunidos para o CD. O repertório pega diferentes linguagens do balanço na música popular brasileira, mas tudo colocado em diálogo com o blues, o jazz, rap e até de disco music. “Acho que o disco caminha pelo fusion, gosto mesmo é de um balanço, mas tem de tudo um pouco”, diz Cristiane, ao comentar o arco sonoro do CD, mirando em especial o inusitado dueto com o rapper MC Lethal em Vou Me Vestir de Flores Pra Você.“Por isso o nome do disco é Onde, que é para deixar livre os caminhos da interpretação de quem ouve, sem compromissos com este ou aquele gênero. E também para facilitar na hora de divulgar o show. Depois de Onde é só colocar o endereço”, brinca Perné. Das dez músicas, Cristiane incluiu três de uma parceria antiga com o guitarrista Emídio Queiroz, resgatando uma porção cancioneira pouco conhecida do instrumentista mais afeito à guitarra distorcida (leia abaixo sobre o novo disco que ele está lançando).Ela explica que as músicas são de uma fase em que eles experimentavam as primeiras gravações de um curso realizado na Rádio Universitária (UFG). Com ela e Queiroz estava o percussionista Sérgio Pato e desse encontro resultou uma demo de oito músicas.Prova de fogoO disco demorou quase três anos para ser finalizado, e Cristiane diz que teve uma prova de fogo com a regravação black da música de Caetano Veloso. “A editora só liberou a gravação exigindo que fizéssemos uma tiragem mínima de 2 mil cópias, o dobro do normal. Isso complicou o processo, teve gente que até sugeriu que eu desistisse da gravação, mas sou taurina, não desisto fácil”, diz Cristiane sobre a música Esse Cara, que acabou mantida com a dobra da tiragem.O Cê, sétima faixa do disco, também remeteria a Caetano Veloso, por Cê, título do último CD do baiano, mas Cristiane diz que não há relação. Trata-se de uma música (uma salsa) que se refere a Célia Cruz, a dama cubana morta em 2003. “Sonhei com ela e escrevi essa música”, explica ela a composição, toda construída em monossílabos iniciados em c.Como em sua criação, Cristiane Perné é cantora instintiva. Vai guiando-se entre o médio-grave e o agudo de acordo com o que pede cada canção. Nem tudo funciona a contento (principalmente quando precisa subir o tom – como no blues Licor), mas o resultado geral soa interessante. A parceria com um arranjador talentoso e uma penca de músicos idem ajudou bem na costura final de uma obra que ela domina bem.Nonato Mendes deu um molho de gafieira às melhores músicas do disco e juntou alguns dos melhores músicos da cidade (Fred Valle, Can Kanbay, André Mols, Pato) nas gravações. Perné já vem mostrando o disco em pequenas apresentações pela cidade, mas programa algo maior, “oficial”, para marcar o lançamento.
DISCO:¤ Onde
¤ Artista: Cristiane Perné
¤ Gravadora: independente
¤ Preço médio: R$ 20,00
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